Permita-me admirar a escuridão
sutil e pressentida dos crepúsculos
antes que a luz dos postes me incendeie
e finja iluminar-me o chão. Permita
que eu possa ouvir o canto das cigaras
antes que as aberturas das novelas
invadam as calçadas a partir
das TVs que se espreitam nas janelas.
Permita-me cruzar esta cidade
(ao menos uma rua da cidade)
antes que esta cidade me consuma.
Permita-me viver antes que a vida
me atinja novamente e inevitável
me fazendo esquecer que a vida existe.
Permita-me cruzar esta cidade
(ao menos uma rua da cidade)
antes que esta cidade me consuma.
Permita-me viver antes que a vida
me atinja novamente e inevitável
me fazendo esquecer que a vida existe.
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