domingo, 21 de outubro de 2012

Meu Peito Abril


Acordei-me repleto de ternura
de um modo ao meu padrão tão desigual
que é como despertasse-me a procura
d’um coração assim, tão portugal

que só capaz do pranto natural
proveniente de uma dor madura
a acariciar-nos, qual um vendaval
que sussurra visões de sepultura.

Em abril Portugal nos descobria
(E em outro abril se redescobriria
Em cantares de cravos, fé e mágoa)

Meu peito abril, ao me buscar sem tréguas,
Vê, no Atlântico, um lago envolto em léguas.
Hoje é no Rio que o Tejo deságua.