sexta-feira, 16 de julho de 2010

Em um bar (com uma dose de Lemos)

Existe
..............um homem
..............muito velho
que desenha ali................................................................pela primeira vez
pequenos
corações em seu
......................diário.


..........................................Ao seu lado
......................sem saber
uma jovem
não.

Ela pensa
....................em
.............................Deleuze


......................e em filmes iranianos sobre o amor e a guerra.


.....................................................Aquele
.....................................................bêbado
..................................................ao contrário

não pensa.........................................................................................não bebe
não desenha........................................................................não paga a conta

..........................................................é
........................................................feliz.



(O dono do bar,
olhando tudo aquilo
sorri
com uma dose de nostalgia,
pega suas chaves
mira atentamente a porta do estabelecimento
e abre o bar
como quem abre um sorriso)

3 comentários:

  1. os dois últimos versos de fato me incomodaram, esperava mais, no mais, está interessante (bem).

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  2. não se mistura com esses anarquistas do verso não, mininu! Concreto é coisa de quem usa tóxico.

    ok, brincadeiras à parte, eu gosto bastante desse poema. E não é porque eu tive mais contato com ele do que normalmente se tem com um poema que não é seu. Acho que é justamente porque mesmo eu tendo metido o bedelho, ele continuou sendo muito seu, continuou com o jeito que você tem pra fazer poemas e que eu não sei dizer o que é exatamente porque é seu.

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