domingo, 28 de março de 2010

Saudade

Era madrugada e eu já não tinha sono
quando uma sombra de chuva chegou a meus ouvidos
e me percebi subitamente com saudade
de São Paulo

Não de seus habitantes que pouco conheço
e mais me despertam curiosidade
sobre como seriam
regularmente

Nem de suas ruas cinzentas
pairando sob um céu ainda mais cinza
que por sua vez paira sob uma lua
quase da mesma cor

Tampouco é saudade de seus bairros temáticos
divididos com uma precisão geográfica e antropológica
que meus olhos cariocas talvez nunca
venham a compreender

Ou ainda da minha amada
que vive por lá há um tempo
e por quem minha saudade não é súbita
nem me surpreende

Não

A Saudade de São Paulo que senti
é saudade de mim habitante
passeando por suas ruas por seus bairros
pelo meu amor.


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