O Filho do Dragão
"Eu não escrevo com a pena. Aquele que escreve com a pena esqueceu o rosto de seu pai. Eu escrevo com a mente."
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
On the Road - Copacabana
Barulhos de carros me atropelam os ossos
enquanto anjos demônios inocentes
pedem trocados em troca de boquetes
à luz da lua infante e esfumaçada
de loucos drogados bêbados.
Olho tudo, como se não tivesse
razão nenhuma para estar ali,
como se não fosse eu um mesmo homem
a girar o coração na lama e no chorume
de todas as revoltas patéticas de bar,
de todas as programações sangrentas de televisão,
de todos os protestos covardes das redes sociais.
Caminho, e por um instante acho isso grande coisa,
Como se, por andar e caminhar sem rumo,
eu não estivesse tão imóvel e sonumbático,
tão incessantemente vulgar e desimportante
quanto você.
Já se foram Homero Virgílio,
Pessoa Caeiro não mais.
Nosso Drummond, no entanto, ainda está aqui, num canto,
a olhar os peitinhos das meninas que sentam ao seu lado
e a ter seus óculos roubados dia a dia.
Olhos de cobre e vento que já não lhe servem.
Drummond sentado eu caminhando,
meus olhos se avermelhando pouco a pouco,
turistas admirando nosso safari humano a céu aberto,
a vida passando por fora de nós,
em algum lugar pessoas trepando
enquanto choram de gozo, de asco, de medo.
Ah, essa angústia que não quer mais ter fim,
que martela craveja marca a fogo
o fato de que ainda estou vivo em algum lugar,
eu anjo demônio lua homem lama
estátua menina ladrão turista mendigo estuprador.
Eh la ho.
domingo, 6 de janeiro de 2013
Leminskyanas I
Uma parte
do que seja
so é arte
se partida.
Parta a arte
meio a meio
resta o ar
que te respira.
sábado, 1 de dezembro de 2012
A Emerência do Mar
Entre
os arbóreos gritos do fogo
e os sussurros minerais do mar
fico com esses
últimos.
Porque as águas têm ritmo,
porque é em versos
que as ondas
cantam.
E é assim, como todos os versos,
que as ondas
moldam
o mundo.
Sem pressa.
E sem retorno.
Santa Teresa, 30 de novembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
O Filho do Boto
Ele apareceu na água.
Ele apareceu na praia.
Ele apareceu do nada
e, do nada, ele me olhou.
Tinha um corpo grande e aberto
que estalava de tão bronze,
e os olhos tão sorridentes
que a boca quase sumia,
e uma pele tão molhada
que eu jamais discerniria
o que água, suor, orvalho,
ainda que usasse a língua.
Ele olhava para mim
e sua boca novamente
inútil, desnecessária,
pois seus olhos me beijavam
numa volúpia tão quente
que molhada fiquei eu
de orvalho, água, suor
ansiando por seu toque,
um toque que nunca veio.
Ele só ficou me olhando
até me fazer inteira
só com os olhos, só com os olhos!
Esperou tranquilamente
até que eu me refizesse,
depois disso, só me deu
uma piscada e partiu
(o que me surpreendia
era que, mesmo de costas,
por trás da sunga vermelha,
pude ver que ele sorria).
Ele apareceu na água
e para a água voltou.
Ele apareceu. A praia
nunca mais me abandonou.
sábado, 17 de novembro de 2012
Vozes
Sim, o que quereis de mim, oh musas?
Falai mais alto, que a TV está ligada.
Falai mais alto, ou chegai mais perto,
E lambei meus ouvidos enquanto sussurrais vossas tão belas maldições...
Musas, que dizeis? Que dizeis de mim, ou das árvores e dos campos,
Ou de todas as coisas que permeiam meu mundo?
Calíope, sólida e eloquente,
que tens a me dizer de meu futuro?
Clio, conhecedora de todos os segredos e de nenhum mistério,
qual o motivo de minha condenação?
Erato, doadora dos prazeres,
que sabes de meu amar e daqueles que me amam?
Ai, musas gregas, musas minhas, porque me torturais com essa Verdade distante
Se sabeis que não vos posso alcançar de onde me encontro?
Deixai-me em paz,
Ou deixai que eu vos abrace,
mas não me tentem assim...
Musas, que dizeis? Que dizeis de mim, ou dos homens e das crianças,
Ou de todas as coisas que meu mundo permeia?
Euterpe, magnífico deleite,
que notas o meu peito está a ouvir?
Melpômene, com seu riso desmedido,
por que choras por mim?
Polímnia, guardiã dos mistérios,
que grandezas sei?
Ai, porque viestes a essa hora, oh musas,
Se sabeis que não posso atende-las,
E o meu tempo está no fim?
O quarto está aceso, os carros passam ao longe,
E aproxima-se a hora do jantar...
Musas, que dizeis? Que dizeis de mim, que dizeis de mim,
Ou de todas as coisas que sou?
Tália, de riso florido,
qual é a graça?
Terpsícore, rodopiante e delicada,
como faço para não cair?
Urânia, coroada de estrelas,
onde estou, afinal?
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Oração
Permita-me admirar a escuridão
sutil e pressentida dos crepúsculos
antes que a luz dos postes me incendeie
e finja iluminar-me o chão. Permita
que eu possa ouvir o canto das cigaras
antes que as aberturas das novelas
invadam as calçadas a partir
Permita-me cruzar esta cidade
(ao menos uma rua da cidade)
antes que esta cidade me consuma.
Permita-me viver antes que a vida
me atinja novamente e inevitável
me fazendo esquecer que a vida existe.
Insônia
Você se encontra neste quase-quarto
onde o tempo
cheira a fruta molhada
e todos os sons são negros.
Carros passam em algum lugar ao longe,
esparsos
omo as gotas na pia do banheiro,
mas você não ouve.
Os espelhos
em cima dessas pias
não refletem em nada sua cama
pois,
embora haja espelhos em profusão em um sem número de pias espalhadas pela casa e por toda [a cidade
você e sua cama
não estão
defronte espelho
algum.
Assim, você não vê.
Algo em você quer dormir,
algo quer se levantar,
quer gozar
(sozinho)
mas o cansaço é tão grande...
Três da madrugada ainda.
A manhã se atrasou.
Faça um favor a si mesmo: durma
acorde
goze
morra
Faça alguma coisa mas saia dessa letargia insone,qualquer coisa, mas faça!
"não",
você não responde.
sábado, 3 de novembro de 2012
...e Então Há a Morte
"With your kiss my life begins
You're spring to me, all things to me
Don't you know, you're life itself!"
(David Bowie, "Wild is the Wind",
na voz de Nina Simone)
A Morte
de uma casa com jardins lindíssimos
(e área para fumantes)
e canta versos como quem cozinha
com indescritível fineza.
Ela sorri, e não tenho medo.
Sei que a Morte é repleta do vigor primevo das bruxas,
que jamais nega seu amor ou sua fúria a ninguém.
Ela é bela, bela, muito bela,
a rainha dos ventos e das mudanças,
deusa oculta de todas as coisas vivas,
e uma esplendorosa mãe e irmã.
Segredo das coisas lindas,
sossego das coisas findas,
a Morte é o sabor mais raro de vida
que alguém pode experimentar,
Pois que será experimentado por todos,
ainda que uma única vez,
ainda que por toda a vida.
Ela tem o aroma do meu primeiro amor,
E um toque de orvalho seco.
Agora tenho medo.
Agora, é como se ela chegasse de repente
pedindo por lágrimas suas que eu havia combinado de lhe devolver
e então tivesse que procurar correndo,
bagunçando todas as gavetas.
Tenho medo agora.
Mas ele não me paralisa. Ao contrário,
é por causa desse medo que eu sei
que devo ir.
Que eu vou sem medo.
Porque é o tipo de medo que se sente
Quando você percebe
Que conquistou o amor da sua vida.
domingo, 21 de outubro de 2012
Meu Peito Abril
de um modo ao meu padrão tão desigual
que é como despertasse-me a procura
d’um coração assim, tão portugal
que só capaz do pranto natural
proveniente de uma dor madura
a acariciar-nos, qual um vendaval
Em abril Portugal nos descobria
(E em outro abril se redescobriria
Em cantares de cravos, fé e mágoa)
Meu peito abril, ao me buscar sem tréguas,
Vê, no Atlântico, um lago envolto em léguas.
Hoje é no Rio que o Tejo deságua.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
A Noite (poema em 2 atos)
1.
A noite
não atravessa
meus olhos.
O que me atravessa os olhos são
a luz vermelha dos carros que sobram,
as faces cansadas de homens sérios
ao fim dos trabalhos diurnos,
a adrenalina em pó dos baladeiros de plantão,
a falta que faz um sol.
Nada disso é a noite.
A noite mesmo,
a noite de verdade,
aquela escuridão mais fria
que todas as estrelas escondem,
o silêncio por trás do techno e da chuva eventuais,
a certeza final da morte chegando,
essa bate e volta
como o vento bate no rosto da gente
e segue seu rumo,
deixando apenas o frio
do lado de fora da pele.
2.
Se às vezes
a noite entra
em mim
é porque, muito de vez em quando
ela me atravessa a boca,
é porque respirar
é inevitável aos vivos
a ponto de nos esquecermos
da própria respiração,
como nos esquecemos da morte.
Da morte chegando.
Há noite mesmo,
noite de verdade,
na hora em que não se espera.
Quando o espanto é tamanho
que a boca não fecha.
quando o Espanto é tamanho
que certezas não há.
É a hora em que ela bate fundo
como o vento bate no rosto da gente
e segue seu rumo
deixando apenas o frio
no lado de dentro da pele.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Ronin
e Seu reino.
por anos defendi-os arduamente
com língua, espada e língua.
O mundo era bom.
Um dia, meu senhor nunca existira.
Seu reino sempre fora uma falácia.
Agora ando só.
Comigo, apenas uma língua sem fio,
uma lâmina seca,
um juramento quebrado.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
De costas
Ser como um livro terminado e nunca aberto,
cartucho velho não se sabe de qual jogo,
o frio espesso que se esconde atrás do fogo.
Porque de costas todo choro é invisível,
todo contato é sutilmente inacessível.
Estar de costas sendo visto é nunca ver.
De costas, cada punhalada é pra valer.
De costas, tudo ao que se crê se sobrepõe
pois muito mais do que o que vai é o que já foi.
Estar de costas é o depois de despedida,
o caminhar sem nunca mais olhar pra trás,
o estar além (e aquém) das hostes dos mortais,
o nunca dar nem nunca receber guarida.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Sem Título
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Mais um pôr-do-sol
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Motivo
(...) porque há mais Poética em uma garrafa de champanhe barato do que em 365 poemas feitos ao longo de um ano;
porque a Poética é só isso: um nome. Exceto quando é um verbo ou um conectivo;
porque, enquanto todas as outras formas de arte se instauram no concreto (sons, cores, formas), dele instaurando significados, a Poética cria sentidos a partir da linguagem, ou seja, a partir daquilo que já é formador de sentido, ou seja, revelando o humano a partir do próprio humano, ou seja, toda poética é uma metapoética;
porque uma garrafa de champanhe barato pode se chamar Poética e, apesar disso, gerar todo um pensamento psico-mito-filosófico sobre arte e álcool independente da existência de Dioniso;
porque escrever atrai mulheres, mas escrever bem atrai somente as melhores;
porque apenas 10% do tempo da escrita é gasto desenhando letras no papel;
porque esta é a parte fácil;
porque Ricardo Reis nos fala “para ser grande sê inteiro: nada / teu exagera ou exclui” ;
porque Fernando Pessoa exagera e exclui tudo de si o tempo todo e é ainda maior;
porque o Lemos bebe pra caralho;
porque eu nunca terei um filho. Mas terei outros;
porque em uma loja de conveniência em Nova York no fim dos anos vinte o jovem Isaac não conseguia saciar sua sede de leitura, apesar de ter esgotado o acervo da biblioteca, e passou a escrever suas próprias histórias, sem saber que, anos depois, essas mesmas histórias fariam parte do Acervo da Biblioteca de Nova York;
porque só agora eu entendi qual é a desse poema que eu estou fazendo;
porque, segundo Chaplin, “o humor pode ser tudo, até mesmo engraçado”;
porque Caetano Veloso existe;
porque é o que eu sei fazer melhor e, ainda assim, é o que eu mais amo;
porque contentar-se é contentar-se com pouco; (...)
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
O Quinto Elemento
domingo, 8 de agosto de 2010
Das Auroras
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Poema Etílico nº 7
segunda-feira, 26 de julho de 2010
A Espera
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Em um bar (com uma dose de Lemos)
quarta-feira, 16 de junho de 2010
São Bernardo
sexta-feira, 4 de junho de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
A Lição do Lobo
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Poema Etílico nº 5
domingo, 4 de abril de 2010
os Pássaros e o Homem, ou o Homem e o Pássaro
domingo, 28 de março de 2010
Poema Etílico nº 4
Saudade
terça-feira, 23 de março de 2010
Iceberg
domingo, 14 de março de 2010
O Nome do Jogo
Tá, mas que jogo?
Para uns, a vida adquire a complexidade de um jogo de xadrez.
Para outros, ela é simples como par ou impar.
Há aqueles para quem
o jogo da vida é simplesmente o Jogo da Vida®
Qual é, então, o jogo do Artista?
Spleen
domingo, 7 de março de 2010
domingo, 31 de janeiro de 2010
- Você acredita em amizade entre homem e mulher?
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Um dedinho de prosa [inclui Mikhail]
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Brincando de Fernando
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Um Lobo
Mar Branco
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Banco Imobiliário
E a Roda Gira
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Pretensão
sábado, 7 de novembro de 2009
O lugar da poesia
O clic
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Flor de Lobos
domingo, 30 de agosto de 2009
O Livro do Destino
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
O Impenetrável
domingo, 2 de agosto de 2009
Primeiro Encontro
lua cheia.
Poesia no ar, na água, na terra.
Fogo no coração,
embora ainda não o saibamos.
Bebemos ardorosamente
toda a poesia,
com amor e fé
("Fé em quê?"
ouço alguém gritando)
depois passamos
para a cerveja
(não, espera,
ainda há bastante poesia
para tragarmos aqui
pelo ar e pela terra,
é uma livraria.)
Não adianta, queremos mais,
sempre mais,
vamos até a sua casa?
Ainda há poesia na terra,
a lua desce. É dia.
Agora os corações não se aguentam.
Um papo quente.
Mãos entrelaçadas.
Mil verdades.
Uma consequência
- é quando descobrimos nossos fogos
ardentes,
cândidos, uma novela
de Manoel Carlos.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Poema Etílico nº 2
A cachaça é choro de deuses. Seja
de tristeza, alegria, dor ou fúria,
esse pranto nos traz o despudor
e uma liberação da consciência
que nos permite, assim, compartilharmos
daquilo que eles têm de mais humano.
Por um instante, tornamo-nos eternos!
Porém o mesmo instante, após o instante,
vem cobrar sua conta, e nos lembrar
de que é com ele o nosso acordo. Eis
a maldição dos deuses, eis a nossa:
somos instante; eles, eternidade.
Porém, maior será nossa coragem
- que deuses beberão as nossas lágrimas?
sábado, 11 de julho de 2009
Trilogia Pessoana [inclui Reencarnação, Mãos desenlaçadas e Álvaro de Campos Revisited]
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Abrindo o baú Nº 1 [inclui Chuva]
Arrumando meu quarto, minhas coisas, vejo que achei mais do que esperava. Encontro, em uma caixa de sapatos, coisas de há muito, muito tempo atrás, do que parece ser uma galáxia distante. Fotos, agendas, camisas de colégio com assinaturas da turma inteira (ainda fazem isso hoje em dia?), ingressos de filmes antigos... e meus primeiros textos! Falo de textos anteriores a qualquer pretensão séria em relação à minha obra, textos que nasceram das minhas primeiras audições de Caetano, da minha primeira descoberta da Língua.
Não resisto a partilhá-los com vocês. Claro, são textos de um adolescente que mal sabia o que é a poética (saberá ele hoje?), que engatinhava na miríade de possibilidades de expressão literária. Mas, creio eu, já tinha o que dizer.
Ah, sim, são textos do século passado.
Vamos ver?
Chuva
Está chovendo.
Meu corpo semi-permeável não deixa passar água
não, nada da água cristalina que poderia me purificar.
Mas a chuva passa
e meu coração fica nublado, cinza,
um cinza-escuro, carregado de dor sem razão
(ou talvez haja razão, mas a neblina dificulte a visão).
Mas não importa. Há dor. Isto é fato.
Um coração vazio, a própria presença do Vazio,
a falta de tudo o que importa no momento
obriga o poeta - eu - a pensar, sentir, ser alguma coisa
para poder escrever-se, interpretar-se
e o masoquismo então toma conta,
o paradoxo da angústia toma conta dele - de mim - e acontece
de o poeta ser mais cheio quando está mais vazio.
(Novembro/1998)
terça-feira, 30 de junho de 2009
Endless I
where you are,
where you'll go (it's not far).
You have no mistery,
not for me,
'cause I am your whole Destiny.
Olha, tem gente comentando...
Pois eis que, ainda assim, com uma semaninha de blog, já tenho a acreditável soma de 3 comentários!!! Após dois comentários no nosso querido Sargento Azul ( um deles inevitável, é verdade), quem comenta é o nosso amigo Lúcio! Claro que, pessoal de Letras, esses aí acharam coisas bem interessantes pra dizer. Mas é isso aí, gente! vamos comentar sempre, mesmo que seja só pra dizer "gostei" ou pra dar uma crítica construtiva...
Zodíaco
com ascendente em Sagitário,
lua em Peixes.
Terra.
Fogo.
Água.
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Talvez por isso essa falta de ar...