domingo, 14 de março de 2010

O Nome do Jogo

A vida é um jogo.
Tá, mas que jogo?

Para uns, a vida adquire a complexidade de um jogo de xadrez.
Para outros, ela é simples como par ou impar.
Há aqueles para quem
o jogo da vida é simplesmente o Jogo da Vida®
(seu filho nasceu, receba os presentes).
Qual é, então, o jogo do Artista?

Um Artista, não se engane, é um homem comum,
com um emprego comum
(um encanador, talvez)
nascido em um lugar qualquer desse mundo
(digamos, a Península Itálica,
terra de Dante, Michelângelo,
Al Capone).

Porém,
quando se vê obrigado
a sair do seu pequeno mundo
para salvar sua Princesa
(porque todo artista tem a sua princesa)
ele descobre-se capaz
de realizar feitos extraordinários.
Pular grandes distâncias.
Correr sem se cansar.
Nadar, sem respirar, ao som de uma valsa.

O trabalho de um Artista
é árduo e perigoso,
e ele está sozinho.
Mas há momentos em que ele
encontra sua estrela
e, por alguns instantes, torna-se invencível;
carrega uma flor
e passa a soltar fogo pelas mãos;
toma um cogumelo
e dobra seu tamanho, seu vigor.

Três vezes ele pode definhar,
três vezes, e mais três pra cada uma.
Três vezes ele corre contra o tempo.
A quarta é o castelo.

Sem espada, escudo ou armadura
o Artista é armado
com sua sensibilidade, apenas
O Dragão, contudo, não é um dragão.
É uma tartaruga
agigantada pelos caprichos
desse estranho reino.

Ultrapassado o Dragão
(pois não há como transpassá-lo) ,
o Artista encontra a alcova
onde espera encontrar sua Princesa.
Mas o jogo nunca tem fim
e no lugar da princesa haverá
(quase) sempre aquele rapaz irritante
a lhe dizer "obrigado, mas
a princesa está em outro castelo"

3 comentários:

  1. Rasoavel, me supreendeu no final, mas ele segue meio levemente massante, mas é bom.

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  2. HEI!! como assim em outro castelo!hunft!! outro castelo!!!GRRRRR

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  3. "São Jorge, por favor, me empresta o dragão?" Luiz Melodia

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